Anastácia era filha de Pretestato e esposa de Publius. Dedicava-se inteiramente a dar assistência aos cristãos de Roma, aos quais uma lei injusta proibia de exercer qualquer profissão. O próprio marido, que era contra as atitudes dela, a punia com crueldade por sua desobediência às leis. No entanto, ela era confortada pelos conselhos de São Crisógono, também ele perseguido e posto no cárcere. Quando seu marido morreu, ela pôde exercer sua caridade cristã com mais liberdade.
Seu conselheiro espiritual Crisógono foi mandado para a corte imperial, em Aquileia. Anastácia o acompanhou em sua viagem desde Roma, presenciou seu julgamento e depois sua decapitação. O corpo de Crisógono fora abandonado perto da casa de três irmãs cristãs Agape, Chionia, Irene, que, com a ajuda do santo sacerdote Zoilo, o sepultaram, e por causa disto foram todos presos. Então Diocleciano partiu para a Macedônia levando consigo todos os cristãos presos, inclusive Anastácia.
O interesse que Anastásia apresentou pelo destino de uma outra família cristã levantou a suspeita dos pagãos, que a denunciaram ao prefeito Probus. Depois de interrogatórios e tentativas de fazê-la abjurar a fé cristã, mantiveram-na acorrentada por um mês e depois a embarcaram num navio furado, junto com outros cristãos e criminosos, que partiu para mar aberto para naufragar e matar seus passageiros. No entanto, estes escaparam milagrosamente da tempestade, desembarcaram em Palmaria, onde mais uma vez foram levados e foi oferecida a eles a liberdade em troca de honra aos deuses, mas após sua nova recusa foram todos massacrados. Anastácia foi queimada viva, cerca de 593 d.C. Suas cinzas foram coletadas por uma mulher chamada Apolônia, que as depositou em uma pequena igreja em seu jardim.
O culto a Anastácia em Sirmium é muito antigo e depois se espalhou por Constantinopla e Roma. Em Sirmium, suas relíquias foram veneradas até cerca de 460, quando o patriarca Gennadio as transferiu para Constantinopla, para uma igreja que recebeu seu nome. Em Roma, desde o século IV, havia uma igreja titular, já dedicada a ela no centro das memórias pagãs (Circus Maximus, Monte Palatino).
No início do século VI, o nome de Anastácia já estava incluído no Cânon da celebração da Missa, no dia 25 de dezembro. Desde a época de São Gregório Magno (590-604), na igreja a ela dedicada, eram celebradas as três missas de Natal e a segunda já era dedicada à santa e celebrada pelo próprio papa. Hoje a celebração se reduz a uma memória na segunda missa celebrada na Aurora, dada a solenidade do Natal.
Na antiguidade várias igrejas foram dedicadas a Anastácia, incluindo a de Verona e outras muito antigas e muito importantes pelo aspecto histórico e arqueológico de Roma, que, no século VII, já era listada como a terceira igreja mais importante depois da de Latrão e Santa Maria Maggiore.
Santa Anastácia, rogai por nós.
Fonte: Aleteia